quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Benjamin Button e o senso crítico...

Como é fácil manipular platéias hoje em dia! O novo filme do Fincher é uma enganação do começo ao fim, mas todo mundo compra como "filme-mensagem" - desde já lembrando uma frase de quem desconheço a autoria; "cinema não é fax pra passar mensagem" - edificante, sobre "envelhecer". O que mais me chamou atenção nesse filme é como a publicidade se faz presente da maneira mais radical na carreira de David Fincher. É claro que como publicitário que é, seus filmes sempre carregaram esse fardo marketeiro, mas sempre de uma maneira mais sombria e de certa forma, estimulante. Aqui, todos os cacoetes de um filme publicitário se fazem presentes, e o roteiro não ajuda em nada ao transformar a vida de Benjamin Button em uma odisséia épica, repleta de lirismo barato (aaahh, o beija-flor), com tema relevante pra conquistar platéias que consideram o Oscar o grande termômetro de avaliação do melhor do cinema produzido no ano. Mas pena mesmo é constatar que um cineasta vindo de uma obra tão forte e impressionante como Zodíaco (o menos publicitário e melhor de seus filmes) e que parecia ser uma tremenda evolução na sua carreira, regrida ao ponto de fazer um filme tão preguiçoso e com um final tão cafona como esse Button.

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